Língua estrangeira pode definir
colocação em concurso
Prova
de idioma é fundamental na pontuação final
Publicado:15/08/12 - 10h23
RIO - Passar em concurso
público e conquistar a tão sonhada estabilidade na carreira profissional não é
uma tarefa fácil: exige muita dedicação e força de vontade. Disciplinas como
português e matemática e as matérias específicas de um cargo têm que estar na
ponta da língua para que o candidato se destaque dos demais concorrentes e
garanta uma boa colocação. O que muitos não se dão conta é que as questões de
língua estrangeira podem fazer a diferença e garantir a vaga desejada.
Diretora do curso Plan
Idiomas Direcionados, Angela Branco afirma que os pontos adquiridos nas provas
de língua estrangeira podem ser determinantes para uma colocação:
— Já foi o tempo em que
bastava um conhecimento superficial para garantir uma vaga. Hoje, os exames
pedem compreensão e interpretação de textos complexos, muitas vezes com
vocabulário específico".
Segundo Angela, na
maioria das vezes, os alunos não se dedicam o suficiente à língua estrangeira
cobrada nos concursos e acabam perdendo pontos que podem fazer toda a diferença
na disputa por uma vaga. Ela diz que não é preciso ser fluente para se dar bem
na prova, mas é essencial ter bom conhecimento do idioma.
— O importante é ler e
interpretar os textos com segurança. E para isso é necessário que haja muita
prática de leitura — explica a diretora.
Coordenador pedagógico
do Plan Idiomas Direcionados, Richard Betts acredita que interpretação de texto
é o ponto mais importante para o candidato ter um bom desempenho num concurso
público. Para isso, o candidato precisa ter compreensão ampla do que o texto
quer dizer e não só do que ele diz.
— As questões de
interpretação de texto normalmente são as que os concurseiros têm maior
dificuldade. Além disso, o aluno tem que ter um bom embasamento gramatical, com
tempos verbais, preposições e vocabulário geral.
Já na opinião de Leila
Eto, professora de inglês do Canal dos Concursos e do site Concurso Virtual, a
fluência certamente ajuda os candidatos, porque significa que ele está mais à
vontade com a língua e conhece mais a gramática. Sendo assim, ele terá menos
dificuldades na leitura e compreensão do texto e, por conseguinte, na resolução
das questões. Mas isso não impede que candidatos que não tenham fluência se
deem bem nas provas.
— Uma dica que eu dou é
a realização de provas anteriores, além da leitura de artigos no idioma.
Algumas bancas utilizam como fontes para as questões sites estrangeiros
especializados em economia, política e atualidades. O importante é focar no
estilo da banca.
Entretanto, ressalta a
professora, há situações em que os textos são profundamente técnicos, cujo vocabulário
é denso, específico e, neste caso, podem fugir da esfera de conhecimento deste
aluno fluente.
— Diante de tais
situações, a fluência fica em segundo plano e o mais importante será o
direcionamento correto ao perfil da banca para que se possa pensar em
consonância ao entendimento da banca e, assim, enfocar o estudo de acordo com a
abordagem utilizada pela realizadora do concurso.
Na hora da preparação
para as provas, diz Leila, os candidatos devem estar atentos a tópicos como
conectivos e sinônimos, que aparecem muito no decorrer dos textos. Além disso,
devem prestar atenção na referência contextual e na referência pronominal. É
aconselhável que leiam repetidamente as citações dos textos, porque muitas
questões são formuladas a partir delas:
— É importante também
que o candidato tenha uma ideia geral do texto e não fique preocupado com a
tradução de cada palavra presente. Muitas questões têm estilo
"pegadinha" e por isso o candidato deve ler atentamente o que foi
solicitado.
Quando a escolha é o
espanhol
Algumas pessoas optam
pela prova de espanhol, pois acreditam ser mais fácil, pela semelhança com a
língua portuguesa. Mas os professores fazem um alerta para o grande número de
falsos cognatos (palavras que têm a mesma raiz). Se o aluno não tem um bom conhecimento
do idioma, pequenos obstáculos podem levar à total falta de compreensão.
— Deve-se tomar cuidado
redobrado com as provas de espanhol já que a similaridade da língua espanhola
com a portuguesa pode confundir os candidatos. Existem palavras parecidas com
significados diferentes. Um exemplo é a palavra "embarazada" que na língua hispânica
significa grávida e não embaraçada — destaca o professor de espanhol do Plan
Idiomas Direcionados, Rodrigo Sangião, lembrando que as conjugações são
difíceis. — Existem mais tempos verbais no passado e isso confunde um pouco. Os
pronomes de objeto direto e indireto também são inimigos de quem faz uma prova
de espanhol.
Pegadinhas
Não importa o idioma, o
candidato deve prestar muita atenção ao comando da questão. Segundo Leila Eto,
há itens que envolvem o principal objetivo do texto e, assim, uma pegadinha
comum é se colocar dentre as alternativas ideias que se encontram no texto,
estão corretas, mas não envolvem a ideia principal. Há outras questões que
tratam de sinônimos e, para direcionar o candidato ao erro, utilizam-se falsos
cognatos para o suposto sinônimo a fim de que o candidato se equivoque.
Outra pegadinha comum,
diz a professora, é aquela em que a alternativa se apresenta correta até quase
o final e, depois de uma vírgula, apresenta-se uma ideia completamente errada,
invalidando a alternativa.
E para finalizar, outra
pegadinha é aquela em que damos um passo além do que se encontra no texto,
fazendo uma interpretação extensiva, chegando a uma conclusão de determinada
ideia que se encontra no texto, cuja consequência não está explícita. Nesse
caso, perdemos o ponto na questão porque não nos restringimos à informação
contida no texto, explica Leila.
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